sábado, 28 de março de 2015

MAIS PROTEÇÃO PARA A MULHER BRASILEIRA



Foram estabelecidas, por meio de portaria interministerial assinada nesta semana, novas diretrizes para atendimento integrado a mulheres vítimas de violência sexual. Com a medida, as mulheres não precisarão mais ir ao IML caso queiram denunciar o crime. Exames feitos nos hospitais do SUS bastarão para o processo.
"O que nós queremos é agilidade nas respostas para as mulheres e não deixar que elas morram por falta de atendimento," disse a ministra da SPMulheres, Eleonora Menicucci. "A mulher já foi violentada, agredida, com dor, e ela se submete ao exame nos hospitais, e depois ainda tem que repetir os exames no IML." destacou o ministro da Saúde, Arthur Chioro.

Gleisi se encontra com Dilma e defende paridade entre homens e mulheres no parlamento

 
 
 
 
PT Paraná A senadora Gleisi Hoffmann participou na última quarta-feira (25) de um encontro com a presidenta Dilma Rousseff e com a bancada feminina no Congresso em defesa de medidas que assegurem mais vagas para mulheres no Poder Legislativo.
Na Câmara, dos 513 deputados, 51 são mulheres e no Senado, há 13 senadoras dentre os 81 parlamentares.
“Para tentar equalizar a participação, apresentei projeto que propõe que 50% das cadeiras na Câmara dos Deputados, nas Assembleias Legislativas Estaduais, na Câmara Legislativa do Distrito Federal e nas Câmaras Municipais sejam ocupadas por mulheres”, publicou Gleisi em uma rede social.
Entre as presentes estava a deputada federal Christiane Yared (PTN-PR).
Clique aqui para acessar o PLS 295/2011.
FONTE: http://www.pt-pr.org.br/noticias/45/14138/gleisi-se-encontra-com-dilma-e-defende-paridade-entre-homens-e-mulheres-no-parlamento

sexta-feira, 27 de março de 2015

Cavalgada pelo fim da violência contra as Mulheres

Venha conosco na 2ª Cavalgada pelo Fim da Violência contra as Mulheres, que acontece no domingo, dia 29, às 15 horas, em Porto Alegre. A Cavalgada é gratuita, e quem quiser participar é só se juntar ao grupo no Anfiteatro Pôr do Sol, onde será a largada.


Fonte: Facebook - Edgar Pretto.

quarta-feira, 25 de março de 2015

Encontro de Mulheres de Fronteira


7 libros que debes leer para entender el feminismo

El término “feminista” tiene muchos estigmas y hay quienes lo entienden como un supuesta “superioridad” de la mujer sobre el hombre; pero nada más equivocado que eso. El feminismo habla de equidad de derechos, responsabilidades y oportunidades para ambos géneros, sin que ninguno sea considerado inferior o superior al otro.
Adéntrate en este apasionante tema a través de siete libros que te ayudaran a clarificar el concepto “feminista”. Estamos seguras que después de leerlos no serás la misma.
1.- El segundo sexo
Fue escrito por la filósofa existencialista Simone de Beauvoir en 1949 . De esta obra se desprende una frase icónica del feminismo: “No se nace mujer, se llega a serlo”, la cual se refiere a que la sociedad crea los roles de género y ni lo femenino ni lo masculino “existen” de manera natural. Es una obra fundamental del feminismo de la segunda mitad del siglo XX.
 Foto: Especial
El segundo sexo
Foto: Especial
2.- Una habitación propia
En 1928 a Virginia Woolf le propusieron dar una serie de charlas sobre el tema de la mujer y la novela. La escritora planteó esta cuestión a través de una pregunta: ¿qué necesitan las mujeres para escribir buenas novelas? La respuesta: independencia económica y personal, es decir, Una habitación propia. Se trata de un ensayo actual, directo e irónico que te hará reflexionar sobre tu propia independencia.
 Foto: Booket
Una habitación propia
Foto: Booket
3.- Deshacer el género
Escrito por la filósofa Judith Butler , este libro se compone de una serie de reflexiones sobre el género y la sexualidad, en las que se critican las ideas inamovibles acerca de lo que significa ser mujer o ser hombre. La autora también habla sobre las nuevas políticas de género y las formas menos convencionales de manifestar nuestra sexualidad.
 Foto: Especial
Deshacer el género
Foto: Especial
4.- La mística de la feminidad
Es un libro clásico del feminismo escrito por Betty Friedan , una de las máximas líderes del movimiento feminista de los años 60 y 70. En este texto se analiza el rol social femenino, de acuerdo a lo que las revistas, la literatura y los medios de comunicación de la época indicaban. Una de las conclusiones a las que llega la autora es que la felicidad de las mujeres estaba limitada por estos roles impuestos.
 Foto: Especial
La mística de la feminidad
Foto: Especial
5.- La mujer eunuco
Es un bestseller del feminismo publicado en 1970 y escrito por la australiana Germaine Greer. En este ensayo se habla acerca de “la estafa del patriarcado” y la forma en que las sociedades machistas nos han impuesto creencias distorsionadas sobre el amor , el matrimonio, la familia, el trabajo, etcétera.
 Foto: Especial
La mujer eunuco
Foto: Especial
6.- Cómo ser mujer
Escrito por Caitlin Moran , periodista musical y feminista convencida, es un ensayo hilarante en el que la autora nos habla de su propia vida y las diferentes ocasiones en que ser mujer fue una desventaja para alcanzar sus objetivos. Toca temas cotidianos, pero también profundos y controversiales como el aborto. Es un texto ideal para familiarizarte con el feminismo de manera accesible y sin adentrarte en lo teórico.
 Foto: Anagrama
Cómo ser mujer
Foto: Anagrama
7.- Historia del feminismo
Desde las culturas de la antigüedad y hasta la más reciente ola feminista, Juan Sisinio Pérez Garzón hace un recorrido histórico a través de las luchas feministas que han existido . Es un texto fundamental para comprender las victorias femeninas a lo largo del tiempo, y para dimensionar las pocas décadas que llevamos teniendo derechos básicos como la educación y el voto.
 Foto: Especial 
fonte: http://vidayestilo.terra.com.mx/mujeres-de-hierro/7-libros-que-debes-leer-para-entender-el-feminismo,2b1d5a5745cdb410VgnVCM3000009af154d0RCRD.html

domingo, 22 de março de 2015

A MULHER EM TODOS OS ESPAÇOS DA SOCIEDADE

iNCLUSIVE NOS DESENHOS ANIMADOS!!!

Hoje em dia, apesar das desigualdades salariais, discriminações e violência que, infelizmente, ainda existem, podemos ver a mulher ocupando seu espaço e cada vez mais presente em todos os setores. A eleição da presidente Dilma Roussef foi um marco para provar que a mulher pode estar em todos os lugares.

A Constituição Federal de 1988 assegura em seu Capítulo I – Dos Direitos e Deveres Individuais e Coletivos – que “homens e mulheres são iguais em direitos e obrigações”, mas a realidade da mulher, seja no convívio social, na família ou no seu trabalho, é a luta diária para conquistar o seu espaço.
Hoje, a mulher já conquistou seu espaço em muitos setores de trabalho, porém, mesmo já tendo galgado inúmeros e importantes degraus na ocupação desse mercado, a mulher ainda tem de lutar contra as discriminações relativas ao seu sexo.
Entretanto, enquanto a mulher ainda ganha menos pelo mesmo trabalho do homem; enquanto mais que 50% das mulheres brasileiras são vítimas de violência em casa, não há razão para celebrar. Assim, 8 de Março é um momento de lutar e não mais aceitar a violência à cidadania e aos direitos femininos.
Dentro dos sindicatos, a mulher também vem ampliando seus espaços, inclusive com algumas mulheres comandando sindicatos de bancários importantes, como São Paulo, Pernambuco e Pará.
“A classe trabalhadora é composta por homens e mulheres. E há diferenças. Entre os maiores desafios estão conseguir igualdade salarial, oportunidade de mudar essa realidade. No movimento estão sub-representadas. É importante que elas participem e ajudem a representar a sociedade refletindo sua cara e anseios”, analisa Juvandia Moreira, funcionária do Bradesco e presidente do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região.
Já a empregada da Caixa Econômica e presidente do Sindicato dos Bancários de Pernambuco, Jaqueline Melo, acredita que a mulher vem a cada dia vencendo novos desafios. “Para quem não tinha sequer direito ao voto há 80 anos, hoje temos uma mulher na presidência da República. Mas ainda há um longo caminho de luta para conquistarmos, de fato, a igualdade entre os sexos. E o Sindicato é uma das bases desta luta pela liberdade de viver sem os padrões de opressão baseados no gênero. Por isso, bancária, venha para o Sindicato e ajude a construir um mundo mais justo e igualitário”, convoca.
A funcionária do Banco do Brasil e presidente do Sindicato dos Bancários do Pará, Rosalina Amorim, enfatiza que a mulher vem ampliando a cada dia seu espaço, mas ainda há muito o que conquistar. “As mulheres estão cada vez mais ocupando cargos de liderança não apenas no mercado de trabalho, mas também nos espaços de poder. Mas ainda há muita desigualdade e preconceitos contra a mulher em nossa sociedade. Por isso, é fundamental a participação da mulher na vida sindical, pois é assim que podemos mudar ativamente a realidade do mundo do trabalho em nosso favor”, avalia.
A mulher bancária – Nos bancos, as mulheres ocupam 48,48% do total de postos de trabalho, totalizando 234.203 trabalhadoras, segundo levantamento da subseção do Dieese na Contraf-CUT, feito com base em dados da Relação Anual de Informações Sociais (RAIS) do Ministério do Trabalho e Emprego. Nos bancos públicos, as mulheres representam 42,97% dos empregados e, nos bancos privados, são maioria entre o total de trabalhadores (53,05%).
As mulheres que trabalham nos bancos têm maior escolarização do que os homens: 71,67% têm curso superior completo, contra 66,52% dos trabalhadores do sexo masculino.
Apesar de mais escolarizadas, as mulheres ganham em média 24,10% a menos que os homens, de acordo com levantamento do Dieese. Nos bancos privados, a disparidade de salários de mulheres e homens é maior. A remuneração das mulheres nos bancos privados é 29,92% inferior à dos homens, enquanto, nos bancos públicos, a diferença salarial média entre homens e mulheres é de 15,25%.
As mulheres são maioria nas faixas de idade entre 17 e 39 anos. A partir dos 40 anos, tornam-se minoria. Os dados revelam que os homens chegaram ao final de três décadas ocupando cerca de 17 mil vagas, quase o triplo dos 6 mil postos de trabalho das mulheres com mesmo tempo de casa. A saída precoce de mulheres dos bancos pode ser reflexo tanto da dificuldade de obterem promoções e de terem acesso a cargos de maior prestígio e remuneração, quanto da preferência dos bancos pela presença de jovens em seu quadro de funcionários.
A discriminação em relação à mulher negra é ainda maior, pois ela sequer tem acesso ao emprego na mesma proporção que outros setores. Nos bancos, apenas oito em cada grupo de 100 trabalhadoras são negras, de acordo com Mapa da Diversidade de 2009.
História – No dia 8 de Março de 1857, operárias de uma fábrica de tecidos, em Nova Iorque, fizeram uma grande greve. Ocuparam a fábrica e começaram a reivindicar melhores condições de trabalho. A manifestação foi reprimida com total violência. As mulheres foram trancadas dentro da fábrica que foi incendiada. Aproximadamente 130 tecelãs morreram carbonizadas num ato totalmente desumano. Porém, somente em 1910, durante uma conferência na Dinamarca, ficou decidido que o 8 de Março passaria a ser o “Dia Internacional da Mulher”, em homenagem às mulheres que morreram na fábrica em 1857. Entretanto, apenas em 1975, através de um decreto, a data foi oficializada pela ONU (Organização das Nações Unidas).
fonte: https://dialogospoliticos.wordpress.com/2012/03/05/a-mulher-em-todos-os-espacos-da-sociedade/

Mulheres no Congresso: conquistas, desafios e disposição de luta


Na sessão solene para comemorar o Dia Internacional da Mulher, realizada nesta quarta-feira (11), no Congresso Nacional, parlamentares, convidadas e homenageadas destacaram em seus discursos as conquistas nos últimos anos, o desafio de ampliar os direitos e a disposição de continuarem lutando em favor das mulheres até que não seja mais necessário se comemorar o Dia 8 de Março porque todos as discriminações e preconceitos terão sido superados. 


A sessão foi marcada pela entrega do Diploma Mulher-Cidadã Bertha Lutz  para mulheres que contribuíram na defesa dos direitos da mulher. A sessão foi marcada pela entrega do Diploma Mulher-Cidadã Bertha Lutz para mulheres que contribuíram na defesa dos direitos da mulher. 

A sessão foi marcada pela entrega do Diploma Mulher-Cidadã Bertha Lutz  para mulheres que contribuíram na defesa dos direitos da mulher e questões do gênero no Brasil. Este ano, o prêmio foi entregue, de forma inédita a seis mulheres. Diante do empate na votação para a escolha das cinco homenageadas, o conselho decidiu abrir uma exceção e contemplou uma candidatura a mais.

O presidente do Congresso, senador Renan Calheiros (PMDB-AL), abriu a sessão solene fazendo um breve relato da vida e história de cada uma das agraciadas: Cleuza Maria Oliveira, presidente da Federação Nacional das Trabalhadoras Domésticas; Carmen Lúcia, ministra do Supremo Tribunal Federal (STF); Clara Araújo, primeira mulher a presidir a União Nacional dos Estudantes (UNE), em 1982 e uma das fundadoras da União Brasileira de Mulheres (UBM); Mary Garcia Castro, pesquisadora dos direitos humanos de mulheres e jovens na América Latina; Maria Elizabeth Teixeira, primeira ministra empossada presidente do Superior Tribunal Militar (STM) e Ivanilda Pinheiro Salucci, educadora social.

Calheiros disse que a premiação representa tributo que o Senado presta a causa feminina e as questões de gênero. Bertha Lutz foi pioneira na luta pelo voto feminino. Ao assumir cadeira no parlamento propôs voto feminino, redução da jornada de trabalho e igualdade de salários, o que justifica o nome dado ao diploma que este ano chega a 14ª edição. 

Campanha nacional

A procuradora da Mulher no Senado, senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM), ao discursar, destacou que “precisamos mais do que flores, queremos reconhecimentos dos nossos direitos.”

E anunciou a decisão de eleger a reforma política inclusiva como prioridade da bancada feminina para garantir o empoderamento das mulheres, apontada como um dos direitos a ser conquistado, considerando que as mulheres representam 52% da população brasileira.

“Nós amargamos 10% de representação feminina no parlamento. Precisamos imediatamente reverter essa realidade”, declarou, anunciando a disposição de percorrer o país em defesa da proposta de garantir a reserva de 30% das vagas no parlamento para as mulheres. A campanha será lançada em ato nacional em São Paulo. 

Conquistas e desafios

A líder do PCdoB na Câmara, deputada Jandira Feghali (RJ), reforçou a posição da bancada do Partido na Câmara de lutar por uma reforma política que garanta a participação da mulher. E, a exemplo das outras oradoras, destacou as conquistas e os desafios na luta em defesa dos seus direitos. 

A deputada, que foi relatora da Lei Maria da Penha, destacou a importância da legislação para intimidar a ação agressiva contra a mulher e a necessidade de colocá-la em prática. E comemorou a aprovação, este mês, da tipificação do feminicídio como agravante no crime de homicídio, ao mesmo tempo em que admitiu que “ainda temos muito o que fazer. Ainda temos muitas dificuldades no campo reprodutivo, no mundo do trabalho e na participação política.”

A presidenta do Superior Tribunal Militar (STM), Maria Elizabeth Teixeira, que falou em nome das homenageadas, avalia que “a trajetória do empoderamento da mulher é complexa e revela um novo caminhar histórico, que iniciou quando as mulheres conseguiram frequentar a universidade, conquistaram o direito ao voto e ganharam o campeonato feminino de futebol.

A ministra da Secretaria de Políticas Públicas para as Mulheres, Eleonora Menicucci, que falou em nome da presidenta Dilma Rousseff, também admitiu que ainda existem muitos obstáculos a serem superados, mas, destacando as conquistas obtidas nos últimos anos, manifestou o desejo de que “um dia não precisaremos mais comemorar o 8 de Março, porque todos os nossos direitos estarão conquistados."


Dirigentes e parlamentares do PCdoB ladeiam três das seis homenageadas

Qual o papel da mulher na sociedade brasileira atual?


Dilma Rousseff elegeu-se Presidente da República, cargo ocupado pela primeira vez por uma mulher no Brasil. Isso é um marco na história democrática do país e na da luta feminina por igualdade social. A eleição presidencial de 2010 contou também com outro fato significativo no que se refere à participação feminina na política: o índice de aprovação de Marina Silva. Mas as mulheres não conquistaram posição apenas na política. Elas estão dirigindo empresas, ocupam espaço de destaque no telejornalismo e começam a aparecer até nos mais fechados redutos masculinos. O Flamengo, por exemplo, clube conhecido pela tradição do seu futebol, dono de uma das maiores torcidas do Brasil, é agora presidido por uma mulher. O que essas conquistas revelam sobre as relações sociais entre homens e mulheres? Discuta a situação social da mulher no Brasil de hoje, em uma dissertação argumentativa em prosa.

Desafios, conquistas e novos capítulos para a história feminina

A mulher sempre cumpriu papel protagonista na História. O protagonismo, no entanto, nem sempre veio revestido de liberdade ou justiça. Sob o manto da submissão e do machismo, as mulheres, ao longo dos séculos, foram refazendo a concepção estabelecida para elas social, cultural e economicamente. Da vida doméstica até ao perfil múltiplo da mulher contemporânea, muitas lutas, derrotas e conquistas permearam a narrativa feminina.



O século XXI retrata uma nova realidade. Hoje legitimadas na sociedade, as mulheres celebram vitórias e lidam com novas exigências. O preço pela igualdade entre gêneros foi oneroso. Muito sangue foi derramado. Aliás, muito sangue ainda é derramado pela impunidade e por um machismo que conseguiu atravessar gerações. Para ilustrar o quadro, um dado alarmante. Um estudo feito em 84 países pela Organização das Nações Unidas revelou que o Brasil é o sétimo país que registra casos de violência contra a mulher.

O prejuízo humano continua crescendo. Quase 4,5 mil mulheres foram mortas em 2010 - mais do que o triplo do total registrado em 1980. Nesses 33 anos, ocorreram mais de 90 mil assassinatos de mulheres. Entre as principais causas apontadas desse mapa de violência estão a impunidade, o machismo e o alcoolismo. Os números demonstram que em meio às conquistas, há muito ainda pelo que lutar. O direito a vida é um deles.

A jornalista e coordenadora de comunicação institucional da AD2M Engenharia de Comunicação, Rafaela Brito, destaca que o machismo no Nordeste ainda é muito latente, inflamando a relação entre os gêneros. “Creio que não conseguimos ainda avançar de forma satisfatória. Eu mesma não estou satisfeita e fico muito triste quando vejo uma mulher sendo tratada com grosseria por homens, só por ser mais ‘frágeis’, isso é nítido. Mulheres ainda são mortas, apanham e são mal tratadas por conta desse machismo, que muitas vezes é até velado. Leis estão sendo criadas. O assunto tem sido mais discutido e torço para que esse quadro mude em breve, para que haja um equilíbrio natural entre homens e mulheres em todos os quesitos”, comenta.

Mercado de trabalho

Cuidar da casa, dos filhos, do marido. Lavar, passar, cozinhar. Durante muito tempo, o papel feminino restringia-se ao doméstico. O mundo mudou. A sociedade mudou. Mas, a mulher, mesmo no mercado de trabalho, ainda continua lavando, passando e cozinhando, direta ou indiretamente. A sua função não foi trocada de lugar, mas desdobrada em mais expedientes. É a conhecida jornada tripla. Não é fácil, mas para grande parte delas, é recompensadora.

A professora Conceição de Maria Freitas Fortes conhece muito bem a rotina extenuante da tripla jornada. Ela trabalha em escolas diferentes, enfrenta três expedientes, é casada e mãe de três filhos. “A minha vida sempre foi muito cansativa, mas gratificante. Tanto em relação à tripla jornada de trabalho, quanto em relação aos filhos. Como professora estou contribuindo para a educação de várias crianças e quanto aos meus filhos, não me arrependo de nada. Nunca deixei de acompanhar meus filhos por conta dos meus três trabalhos, sempre soube dosar essa questão. Apesar do pouco tempo, sempre estive próximo, orientando, participando de todos os momentos de prazer e na hora de dar carão, eu dava. Nunca me senti culpada pela falta de tempo”, afirma.

Tempo, aliás, é um fator que sempre acompanha a narrativa feminina...para o bem e para o mal. A presidente do Sindicato dos Engenheiros do Ceará (Senge-CE), Thereza Neumann, formada em Engenharia Elétrica, reflete sobre o efeito do tempo ou falta dele no resultado da produção feminina. “Não tenho filhos, mas familiares (mãe e tias idosas) que necessitam de toda atenção, carinho e dedicação. Não é fácil, pois nada pode ser usado como justificativa para o atraso ou redução da capacidade produtiva. No mercado, os profissionais precisam se equiparar, mesmo que em casa tenham situações completamente diferentes. Na realidade, as mulheres, em sua maioria, vivem assoberbadas de responsabilidades. Se prevalecesse a lógica e justiça, se houvesse uma compensação, se o mundo fosse menos capitalista, as mulheres teriam expedientes reduzidos e remunerações idênticas aos homens. Tenho certeza, que o tempo não seria o entrave para o resultado da produção feminina”, argumenta Thereza.

Salários

Outro ponto divergente entre os gêneros com relação ao mercado profissional é o salário. De acordo com levantamento do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o salário das mulheres no Brasil é 28% menor do que dos homens. Em 2011, elas receberam em média R$ 1.343,81 enquanto eles ganharam R$ 1.857,63.

Segundo uma pesquisa desenvolvida na Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade (FEA) da Universidade de São Paulo (USP), aponta que parte das diferenças salariais entre homens e mulheres no Brasil ainda se deve à discriminação por sexo. Baseando-se na técnica de Oaxaca-Blinder, que considera variáveis como idade, escolaridade e posição na família, os estudos concluem que com curso superior e condições similares a do homem, a mulher continua ganhando menos.

O pesquisador Fábio Tatei afirma que a discriminação gera ineficiência econômica. Conforme o argumento, excelentes profissionais podem ser excluídas de cargos importantes por preconceito. Nestes casos, as consequências se refletem em resultados financeiros menores do que poderiam ser apresentados com a contratação ou investimento em determinada profissional. (Com informações do site da USP).

Preconceito

A diferença de salários entre homens e mulheres pode ser entendida como discriminação. Mas, e o preconceito menos velado? Mulheres ainda enfrentam entraves no mercado de trabalho? A engenheira Thereza Neumann relata que não enfrentou preconceito, mesmo atuando em um segmento com predominância masculina, chegando, inclusive a ser reeleita, recentemente, presidente do sindicato da categoria. “Não me lembro de preconceito por conta de gênero, até porque sempre me disponho a realizar tudo que me proponho, podendo ir além, vislumbrando os resultados e o público a ser beneficiado. E para isto acontecer, nunca estou sozinha, existem sempre homens e mulheres envolvidos nas realizações. Durante minha vida profissional surgiram grandes empecilhos, de diversas naturezas, até do tipo assédio moral, se caracterizando como um dos desafios a serem vencidos, não como mulher, mas no próprio exercício de minhas atividades funcionais”, afirma.

Para Rafaela Brito, a palavra preconceito é forte e, talvez por isso, muitas vezes ele é negado. “Esse tipo de preconceito existe, até porque é um conceito formado apenas pela aparência. Já me confundiram, por exemplo, com estagiária, sendo já coordenadora, por conta do meu tamanho – sim, sou baixinha – e tenho aquela carinha de menina, apesar de já ter passado dos 30. Então, com o tempo, fui percebendo que, quanto mais tivesse postura e segurança diante de um cliente, do público, menos essas percepções serão pautadas somente no fato de eu ser mulher, baixinha e com cara de menina”, reflete.

Conquistas

As maiores conquistas, destaca Thereza Neumann, estão na liberdade de pensar, estudar, trabalhar, poder expressar sentimentos e ter direito a escolher como viver. Ser livre de muitos preconceitos e ser respeitada como pessoa produtiva e capaz. “Acredito que um dos pontos fundamentais que nós mulheres deveríamos abraçar como conquista, seria a luta pela redução da violência generalizada que estamos vivenciando e a extinção da violência contra o gênero – Mulher”, afirma a engenheira. 

O direito ao voto, ao trabalho e a revolução sexual estão entre as conquistas citadas pela jornalista Rafaela Brito. No entanto, ela ressalta ainda o poder feminino que alterou comportamentos e estratégias de marketing. “Há alguns dias vi um post num site de marketing com algumas propagandas antigas, com mulheres sendo tratadas como donas de casa mesmo, propaganda de sapato masculino, por exemplo, com as mulheres aos “pés” dos homens. Vindo mais pra perto, até a poucos anos, víamos também propagandas de cerveja colocando as mulheres como os objetos de desejo, os homens bebendo a dita cuja e a mulherada ali, rebolando com shorts ou saias curtíssimas, sem beber cerveja, pois era bebida de ‘homem’. Isso também mudou. Hoje a mulher se coloca mais a ponto de alterar estratégias de marketing, até porque se não mudarem perdem uma fatia considerável de mercado”, conclui.

fonte:http://www.vermelho.org.br/noticia/207847-61