sábado, 7 de março de 2015
quarta-feira, 4 de março de 2015
Centro Especializado de Atendimento à Mulher
Os Centros de Referência de Atendimento à Mulher prestam
acolhida, acompanhamento psicológico e social, e orientação jurídica às
mulheres em situação de violência, (violência doméstica e familiar contra a
mulher - sexual, patrimonial, moral, física, psicilógica; tráfico de mulheres,
assédio sexual; assédio moral; etc).
RIO GRANDE DO SUL
Nome da entidade:
| Centro de Referência para Mulher (CRM) Márcia Santana - Vacaria | ||
Endereço:
| Rua Ramiro Barcelos, 276 - Bairro: Centro | ||
Cep:
| 95200-000 | ||
Município:
| Vacaria | ||
Telefone:
| (54)3231-6463 | Fax: | |
E-mail:
| crmulher@vacaria.rs.gov.br | ||
Site:
|
Nome da entidade:
| Centro Jacobina de Atendimento e Apoio à Mulher - São Leopoldo | ||
Endereço:
| Praça Tiradentes, nº 119 - Bairro: Centro | ||
Cep:
| 93010-020 | ||
Município:
| São Leopoldo | ||
Telefone:
| (51)3588-8224 | Fax: | |
E-mail:
| cjacobina@saoleopoldo.rs.gov.br | ||
Site:
|
Nome da entidade:
| Centro de Referência da Mulher Flor de Lis - Três de Maio | ||
Endereço:
| Rua Padre Cacique, nº 498 - Bairro: Centro | ||
Cep:
| 98910-000 | ||
Município:
| Três de Maio | ||
Telefone:
| (55)3535-3900 | Fax: | |
E-mail:
| centroflordelis@pmtresdemaio.com.br | ||
Site:
|
Nome da entidade:
| Centro de Referência de Atendimento à Mulher (CRAM) - Santiago | ||
Endereço:
| Rua Silvério Machado, nº 71 - Bairro: Centro - Referência: No mesmo Pátio do Corpo de Bombeiros | ||
Cep:
| 97700-000 | ||
Município:
| Santiago | ||
Telefone:
| (55)3251-1155 | Fax: | |
E-mail:
| cmulher@pmsantiago.com.br | ||
Site:
|
Nome da entidade:
| Centro de Referência de Atendimento à Mulher (CRAM) Professora Deise - Santana do Livramento | ||
Endereço:
| Rua dos Andradas, nº 1157 - Bairro: Centro - Referência: Próximo a Praça Mauricio Cardoso | ||
Cep:
| 97573-001 | ||
Município:
| Sant Ana do Livramento | ||
Telefone:
| (55)3968-1032 | Fax: | |
E-mail:
| centrodereferencia_lvto@yahoo.com.br | ||
Site:
|
Nome da entidade:
| Viva Mulher Centro de Referência e Atendimento - Novo Hamburgo | ||
Endereço:
| Avenida Pedro Adams Filho, nº 5836 - Bairro: Centro | ||
Cep:
| 93320-000 | ||
Município:
| Novo Hamburgo | ||
Telefone:
| (51)3036-1818 | Fax: | (51)3594-8128 |
E-mail:
| vivamulher@novohamburgo.rs.gov.br | ||
Site:
|
Nome da entidade:
| Centro de Referência da Mulher (CRM) - Bagé | ||
Endereço:
| Rua General João Teles, nº 864 - Bairro: Centro - Referência: Antiga Comagelã | ||
Cep:
| 96400-030 | ||
Município:
| Bagé | ||
Telefone:
| (53)3242-6551 | Fax: | |
E-mail:
| coordmulherbage@hotmail.com | ||
Site:
|
Nome da entidade:
| Centro de Referência (CRMM) Maria Mulher - Cruz Alta | ||
Endereço:
| Rua João Manoel, nº 90 - Bairro: Centro - Referência: Ao lado da Escola Estadual Gabriel Miranda | ||
Cep:
| 98005-170 | ||
Município:
| Cruz Alta | ||
Telefone:
| (55)3322-1716 | Fax: | |
E-mail:
| mulher@cruzalta.rs.gov.br | ||
Site:
|
Nome da entidade:
| Centro de Referência do Trabalho da Mulher - Imbé | ||
Endereço:
| Rua Machado de Assis, nº 185 - Bairro: Nova Nordeste | ||
Cep:
| 95625-000 | ||
Município:
| Imbé | ||
Telefone:
| (51)3627-8270 | Fax: | |
E-mail:
| sec.damulheredhimbe@gmail.com | ||
Site:
|
Nome da entidade:
| Centro de Referência de Atendimento à Mulher (CRAM) Alzira Valesca Lampert Fett - Sapiranga | ||
Endereço:
| Avenida 20 de Setembro, nº 1695 - Bairro: Oeste - Referência: Próximo ao Cemitério | ||
Cep:
| 93800-000 | ||
Município:
| Sapiranga | ||
Telefone:
| (51)3959-1052 | Fax: | |
E-mail:
| coordenadoriadamulher@sapiranga.rs.gov.br | ||
Site:
|
Nome da entidade:
| Centro de Referência à Mulher em Situação de Violência (REVIVI) - Bento Gonçalves | ||
Endereço:
| Rua Assis Brasil, nº 94, Térreo - Bairro: Centro - Referência: Próximo à Igreja Santo Antônio | ||
Cep:
| 95700-000 | ||
Município:
| Bento Gonçalves | ||
Telefone:
| (54)3454-5400 | Fax: | (54)3454-5400 |
E-mail:
| revivi@bentogoncalves.rs.gov.br | ||
Site:
|
Nome da entidade:
| Centro de Referência as Mulheres Vítimas de Violências (CRM) Patrícia Esber - Canoas | ||
Endereço:
| Rua Siqueira Campos, nº 321 - Bairro: Centro - Referência: Próximo à estação La Salle do Metrô | ||
Cep:
| 92010-230 | ||
Município:
| Canoas | ||
Telefone:
| (51)3464-0706 | Fax: | |
E-mail:
| crvmulhercanoas@gmail.com | ||
Site:
|
Nome da entidade:
| Centro de Referência de Atendimento à Mulher (CRAM) Casa Lilás - Gravataí | ||
Endereço:
| Rua Coronel Fonseca, nº 410 - Bairro: Centro - Referência: Próximo à 1ª DP | ||
Cep:
| 94065-250 | ||
Município:
| Gravataí | ||
Telefone:
| (51)3496-6342 | Fax: | |
E-mail:
| appm@gravatai.rs.gov.br | ||
Site:
|
Nome da entidade:
| Centro de Referência Regional de Atendimento à Mulher (CRRM) Dirce Grosz - Santa Rosa | ||
Endereço:
| Rua Buenos Aires, nº 419 - Bairro: Centro - Referência: Vila Militar | ||
Cep:
| 98900-000 | ||
Município:
| Santa Rosa | ||
Telefone:
| (55)3511-1532 | Fax: | |
E-mail:
| crrm-dircecrosz@santarosa.rs.gov.br | ||
Site:
|
Nome da entidade:
| Centro de Referência da Mulher - Iracy Cidonha Klein - Ivoti | ||
Endereço:
| Rua Arthur Augusto Gernhardt - Bairro: Morada do Sol | ||
Cep:
| 93900-000 | ||
Município:
| Ivoti | ||
Telefone:
| (51)3563-2151 | Fax: | |
E-mail:
| centrodereferenciaivoti@gmail.com | ||
Site:
|
Nome da entidade:
| Centro de Referência para Mulher (CRM) Rompendo Paradigmas - Caxias do Sul | ||
Endereço:
| Rua Alfredo Chaves, nº 1333 - Bairro: Exposição | ||
Cep:
| 95020-460 | ||
Município:
| Caxias do Sul | ||
Telefone:
| (54)3218-6026 | Fax: | (54)3218-6026 |
E-mail:
| crmulher@caxias.rs.gov.br | ||
Site:
|
Nome da entidade:
| Centro de Referência de Atendimento á Mulher Municipal - Márcia Calixto - Porto Alegre | ||
Endereço:
| Rua Siqueira Campos, nº 1184, 16º andar - Bairro: Centro Histórico | ||
Cep:
| 90010-001 | ||
Município:
| Porto Alegre | ||
Telefone:
| (51)3289-5102 | Fax: | |
E-mail:
| cram@smdh.prefpoa.com.br | ||
Site:
|
Nome da entidade:
| Centro de Referência da Mulher Vânia Araújo Machado - Porto Alegre | ||
Endereço:
| Rua Tuiuti, nº 10 - Bairro: Centro - Referência: Esquina com Desembargador André da Rocha | ||
Cep:
| 90050-270 | ||
Município:
| Porto Alegre | ||
Telefone:
| 08005410803 | Fax: | |
E-mail:
| crm@spm.rs.gov.br | ||
Site:
|
Nome da entidade:
| Centro de Referência da Mulher (CRM) - Barão | ||
Endereço:
| Rua da Estação, nº 1411 - Bairro: Centro | ||
Cep:
| 95730-000 | ||
Município:
| Barão | ||
Telefone:
| (51)3696-2271 | Fax: | (51)3696-1200 |
E-mail:
| crmulher@baraors.gov.br | ||
Site:
|
Nome da entidade:
| Centro de Referência de Atendimento à Mulher (CRAM) Geni Lenyn - Parobé | ||
Endereço:
| Rua Vera Cruz, nº 701 - Bairro: Centro - Referência: Funciona no mesmo endereço da Coordenadoria da Mulher | ||
Cep:
| 95630-000 | ||
Município:
| Parobé | ||
Telefone:
| (51)3953-1037 | Fax: | |
E-mail:
| cmulher@parobe.rs.gov.br | ||
Site:
|
Nome da entidade:
| Centro de Atendimento à Mulher Vítima de Violência Multiplicar - Dois Irmãos | ||
Endereço:
| Avenida Florestal, nº 511 - Bairro: Centro | ||
Cep:
| 93950-000 | ||
Município:
| Dois Irmãos | ||
Telefone:
| (51)3564-1577 | Fax: | |
E-mail:
| multiplicar.multiplicar@yahoo.com.br | ||
Lista Completa demais estados (Copie e cole o link no seu navegador) acesse: https://sistema3.planalto.gov.br/spmu/atendimento/busca_subservico.php?uf=TD&cod_subs=4 |
Mudanças nos telefones da Secretaria de Políticas para as Mulheres
A Secretaria de Políticas para as Mulheres do Rio Grande do Sul está atendendo através de novos ramais telefônicos, conforme listagem a seguir:
Recepção 9º Andar - 32147200
Recepção Gabinete - 32147201
Assessoria de Comunicação - 32147207
Assessoria Temática (Astem)- 32147210 / 32147211
Assessoria de Gabinete - 32147206
Departamento de Promoção de Políticas para Autonomia das Mulheres (DPPAM) - 32147208 / 32147209
Diretoria Administrativa (DA)- 32147215
Diretoria Geral (DG)- 32147204 / 32147203 / 32147205
Relatório Final do Planejamento Integral Básico do Rio Grande do Sul
O relatório final do Planejamento Integral Básico (PIB) tem como um dos principais objetivos sistematizas o planejamento das ações do Estado para o Pacto de Enfrentamento à Violência contra as Mulheres. Elaborado pela ONG Coletivo Feminino Plural, a partir de convênio firmado com a Secretaria de Políticas para as Mulheres, o documento elucida como está a situação das políticas com recorte de gênero no Estado e como se apresenta a estrutura orçamentária do executivo gaúcho para o próximo período em relação ao investimento em políticas específicas para atendimento às mulheres.
http://www.spm.rs.gov.br/conteudo/7433/relatorio-final-do-planejamento-integral-basico-do-rio-grande-do-sul
PL 8305/2014 - FEMINICIDIO CRIME HEDIONDO.
Conseguimos aprovação do PL 8305/2014 que torna feminicidio crime hediondo. Agora vai para sanção da presidenta Dilma Rousseff. É mais um avanço na legislação brasileira no combate ao machismo que mata diariamente as mulheres do nosso país.
https://www.facebook.com/154111111330577/photos/a.175893719152316.43221.154111111330577/804249829650032/?type=1&theater
https://www.facebook.com/154111111330577/photos/a.175893719152316.43221.154111111330577/804249829650032/?type=1&theater
terça-feira, 3 de março de 2015
Luta das Mulheres para Conquista do seu espaço e direitos
No dia 3 de março, as 13h30 no Auditório da FACULDADE DE BIBLIOTECONOMIA E COMUNICAÇÃO DA UFRGS (FABICO), na Rua Ramiro Barcelos, 2705, sala 1025, através das palestrantes: ISIS GARCIA MARQUES, Secretária de Mulheres da CENTRAL ÚNICA DOS TRABALHADORES (CUT) e ANA CAROLINA BARBOSA, da UNIÃO BRASILEIRA DE MULHERES (UNB), a sociedade brasileira, muito em especial o segmento feminino, deu mais um passo rumo ao desenvolvimento igualitário, onde foram abordados os seguintes temas: 1) CRECHE EM TEMPO INTEGRAL; 2) REDUÇÃO NA JORNADA DE TRABALHO e 3) COMBATE A VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER NO TRABALHO.
Foram concedidas oportunidades aos presentes, a fim de fazerem colocações a respeito dos Temas tratados.
Por fim os presentes foram convidados a participarem do evento no dia INTERNACIONAL DA MULHER (8 de março 2015) às 10h e às 17h no Parque Farroupilha (PARQUE DA REDENÇÃO).
Preconceito e discriminação são desafios para mulher no mercado de trabalho
Embora algumas versões apontem que os patrões fecharam as portas da fábrica propositalmente, sabe-se que elas eram mantidas trancadas como costume, para evitar a saída das trabalhadoras no horário do expediente. O acidente, que acabou por revelar as condições degradantes das quais as mulheres eram submetidas, deu força e visibilidade a luta feminista que, mais tarde, conquistaria direitos fundamentais para as mulheres.
No Brasil, a primeira legislação protegendo as mulheres é de 1827, quando uma lei passou a admitir meninas nas escolas elementares. O direito ao voto chegou mais de 100 anos depois, em 1934, durante o primeiro governo de Getúlio Vargas (1930-1945). Porém, apesar dos avanços, a desigualdade de gêneros ainda é marca profunda no mercado de trabalho em todo o país.
No decorrer desta semana o Jornal do Brasil publica uma série de reportagens abordando os diversos aspectos e a condição da mulher na realidade brasileira. Amanhã, João Pedro Azevedo, economista sênior do Banco Mundial, comenta os desafios para o país no combate a desigualdade de gêneros.
Queda da desigualdade beneficia mulheres
A desigualdade social no Brasil alcançou o índice mais baixo da história este ano, segundo pesquisa do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) divulgada no último mês. A principal razão para esta evolução se deve a expansão do mercado de trabalho, principalmente o formal, como apontaram especialistas ouvidos pelo Jornal do Brasil. Estes avanços beneficiaram diretamente as mulheres, já que elas são maioria na camada "mais baixa" da pirâmide, principalmente quando se analisa o mercado de trabalho. Os números demonstram a desigualdade.
Segundo dados do IBGE, 51,2% das mulheres estão no trabalho informal e 11,6% das mulheres ocupadas com 16 anos ou mais não têm rendimentos, trabalham para o próprio consumo ou não tem qualquer tipo de remuneração. Uma em cada cinco delas são empregadas domésticas e, apesar de maior escolaridade, as mulheres ainda recebem, em média, 70% da remuneração masculina.
Estas diferenças são apenas a ponta do problema. A condição feminina geral é de vulnerabilidade e precariedade, e a desigualdade de gêneros ainda é realidade, como evidenciam os dados sobre a renda e empregabilidade das mulheres brasileiras.
Autonomia e Dupla Jornada
A autonomia financeira é apontada por especialistas como fundamental para que as mulheres consigam outros direitos fundamentais. “É apenas com esta autonomia que elas terão poder e independência para lutar contra outras desigualdades”, analisa Glaucia Faccaro, coordenadora-geral de Programas e Ações do Trabalho da Secretaria de Políticas para as Mulheres (SPM).
O número de famílias lideradas por mulheres teve aumento substancial nos últimos anos: de 26,55% em 2000 para 37,4% em 2012, de acordo com a mesma pesquisa. Porém, o número esconde um problema fundamental enfrentado pelas mulheres: a dupla ou “até a tripla” jornada de trabalho, sendo elas responsáveis pelo trabalho, a casa e os filhos. A co-participação dos homens na vida familiar ainda é baixa. “Elas acabam sobrecarregadas, mais estressadas e ainda sem tempo para se dedicar as atividades que podem melhorar suas vidas”, afirma Glaucia.
Segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) do IBGE de 2006, juntando as horas gastas com o trabalho formal e dentro de casa, as mulheres chegam a trabalhar mais de 58 horas por semana, treze a mais que os homens. E é este “tempo da mulher” que a historiadora Eleutéria Amora da Silva gosta de destacar em meio aos seus trabalhos como coordenadora-geral da Casa da Mulher Trabalhadora (Camtra), no Rio de Janeiro.
“Uma das piores conseqüências é o abandono do estudo. Quem trabalha essa quantidade de tempo, com filhos, não tem forças nem tempo para estudar. Faltam às empresas creches e políticas de apoio para que as mulheres possam também ascender profissionalmente”, enfatiza.
Além disso, a quantidade de mulheres que ocupam cargos de chefia também é muito baixo: apenas 23% na presidência ou posições similares. As questões culturais, que as colocam sempre no papel de “cuidadora” e “protetora” acabam afastando a sua participação em algumas profissões mais técnicas que remuneram melhor, como engenharia, por exemplo. É o que afirma Glaucia.
"As profissões tidas como femininas estão sempre ligadas as relações humanas, como enfermagem, professora, por exemplo". Segundo ela, as políticas públicas de incentivo a qualificação da mulher, realizadas pela SPM, tem surtido efeito. "Há interesse pela área, mas permanece uma barreira cultural muito forte ainda".
Assédio e discriminação
Um dos problemas constantemente relatados para Eleutéria é o assédio moral, sexual e a discriminação no ambiente de trabalho. "É extremamente comum. Há casos de exploração, em que algumas acabam ficando 12, 14 horas por dia nos estabelecimentos", conta. Um levantamento recente, realizado por um site especializado, revelou que 32% das mulheres entrevistadas afirmam sofrer ou já ter sofrido assédio sexual no ambiente de trabalho.
Com apenas 24 anos, a assistente de projetos Letícia Alves Maione, formada em Relações Internacionais, afirma já ter sentido na pele discriminação e assédio no ambiente de trabalho. "Fui infantilizada diversas vezes durante reuniões e apresentações de projeto, com trejeitos usados para crianças mesmo. As pessoas tendem a diminuir suas críticas, te colocam em um papel de fragilidade, de uma feminilidade negativa, como se fôssemos mais fracas".
Ela contou ainda que o assédio dos chefes era comum. "Eles tentavam estar comigo em momentos em que estivéssemos sozinhos, para assediar mesmo, me chamando de 'gatinha' e fazendo insinuações. Você, como subordinada, empregada, se sente vulnerável. Imagina se minha vida dependesse deste emprego? Muita gente tem que conviver com isso diariamente", lamenta.
A discriminação é muito pior para as mulheres negras. Neste caso, a diferença de remuneração para um homem branco pode chegar a 40% do salário deles. E a pressão para se "alinhar" aos padrões de beleza europeu são grandes. "Uma de nossas atendidas aqui na Ong foi demitida por se recusar a alisar o cabelo. E ela não é a única: vemos muito menos negras em posições de exposição, como recepcionista ou vendedora, por exemplo", conta Eleutéria.
Políticas públicas são "fundamentais"
A equiparação de direitos entre homens e mulheres ainda é um "grande desafio" para o país. Além do aumento da atuação das Ongs, as políticas públicas de incentivo, dentro e fora das empresas, são consideradas fundamentais para que a cultura de "inferioridade feminina" seja eliminada de vez da cultura brasileira.
"Inegavelmente, existem avanços. Mas ainda temos medo de andar sozinhas na rua, ou acreditamos ser culpadas quando somos assediadas dentro do trabalho. Muitas coisas precisam mudar, temos um longo caminho pela frente", finalizou Eleutéria.
Dia Internacional da Mulher uma Prévia
Um dos mais expressivos legados da Revolução Industrial foi abrir definitivamente as portas do mercado de trabalho às mulheres. Assim, desde os tempos que elas deixaram de ser apenas donas-de-casa para encarar a labuta nas insalubres indústrias no final do século 18, os desafios foram sendo ampliados e as conquistas estabelecidas. Aliás, foi em uma manifestação ocorrida em uma fábrica de Nova Iorque, em 1857, onde operárias entraram em greve por melhores condições de trabalho e equiparação salarial aos colegas homens, que nasceu o “ 8 de março”. A manifestação foi reprimida com brutalidade e 130 mulheres trabalhadoras morreram carbonizadas, transformando esta data em referência de luta e no Dia Internacional da Mulher.
Depois de firmar a autonomia financeira, reduzindo a dependência do protecionismo masculino tanto dos familiares como do marido, a mulher adicionou outras conquistas para desembocou em um tempo que, sem nenhuma dúvida, pertence às mulheres. Outros fatos históricos foram fundamentais na escalada feminina à sua posição de destaque na sociedade contemporânea, cristalizados basicamente no século XX: o direito ao voto, que levou conseqüentemente a autonomia legal no arcabouço dos direitos civis. Isso permitiu conquistas no acesso à educação, resultando no ingresso massivo no mercado de trabalho. Naturalmente, nada veio graciosamente da sociedade historicamente machista, mas de batalhas árduas que – mesmo séculos depois – ainda são travadas como forma de consolidar tais vitórias.
Essa conscientização de conquistas é mais de que necessária. No início do século 20 as mulheres não votavam, não podiam exercer cargos públicos e outras diversas atividades econômicas, como o comércio. Não tinham sequer o direito a propriedades e eram levadas a transferir todos os bens herdados da sua família ao marido, caindo naturalmente na dependência econômico-financeira. Os códigos civis e penais – elaborados pelos homens - as consideravam menores e sem importância perante a lei. O direito feminino ao voto começou a ser conquistado ao longo do século 20. A massificação da mulher no mercado de trabalho, com exceção das tecelagens da Revolução Industrial, mostra-se um evento recente.
Na Advocacia, podemos detectar a ampliação do mercado de trabalho para as mulheres, a partir do número de inscritas na Seccional Paulista. Na década de 30, a OAB SP registrava apenas 3 advogadas inscritas, na década de 40, este número saltou para 29. Na década de 50 eram 182 advogadas , na de 60, 1.291, na década de 70, 6,735, na década de 80, 16.777, na década de 90 , 33.205 advogadas . Nos anos 2000, já eram 58.717 inscritas. Hoje o número de inscrição de novas advogadas superou o total de advogados homens na maior seccional do Brasil, deixando antever um futuro promissor para todas as mulheres nesse segmento jurídico.
Hoje, mesmo sendo legalmente assegurados às mulheres os mesmos direitos concedidos aos homens, esses ainda não atingem 100% das mulheres, seja no nível salarial, nas oportunidades de promoção, nas facilidades para o pleno desempenho profissional. Tem raízes na cultura burguesa, onde a mulher, durante muitos anos, experimentou uma educação diferenciada da masculina, preparada para servir à família e gerar e cuidar de filhos, enquanto ao homem cabe para assumir a posição de comando. Urge acelerar o processo de liberação feminina desse sistema que se arrasta por muitos séculos para que alcance a plenitude como cidadã.
Se, atualmente, a participação da mulher no mercado de trabalho mostra-se imprescindível, por sua capacidade técnica, competência cognitiva e sensibilidade para compreender o mercado e atuar nele com desenvoltura, é preciso melhorar as condições de acesso e aprofundar as conquistas legais. No ano passado foi sancionada a lei que amplia a licença-maternidade de 4 para 6 meses, sendo a concessão dos últimos 60 dias opcional para a empresa. A proteção à maternidade torna-se mais efetiva,a preservar um direito social. Ou seja, as barreiras vão sendo derrubadas por novas leis e pelo preceito da imprescindibilidade da presença feminina no mercado de trabalho.
Autor: Luiz Flávio Borges D’Urso
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