A mulher representa no Rio Grande do Sul 51,33% da população, e mesmo sendo maioria, a desigualdade entre os sexos continua evidente, principalmente nos índices de violência contra a mulher. Ao completar um ano de existência, a Secretaria de Políticas para as Mulheres (SPM), no mês em que é comemorado o Dia Internacional da Mulher (08), lança a campanha RS Lilás, com a proposta de impulsionar a autonomia da mulher gaúcha e proporcionar qualidade de vida a partir de serviços especializados que vem evidenciando os crimes contra a mulher no Estado.
O Escuta e o RS Lilás são serviços que ampliam a visibilidade da realidade das mulheres. O Escuta Lilás é uma central que acolhe cidadãs em situação de violência, e pode ser acessado pelo telefone gratuito 0800.541.0803 junto ao Centro de Referência da Mulher Vânia Araújo Machado (CRM). Em 2010, o total de atendimentos realizados pelo Escuta Lilás foi de 230. De janeiro a dezembro do ano passado, foram 838 atendimentos por telefone e 367 atendimentos presenciais.
A campanha RS Lilás engloba serviços e políticas públicas desenvolvidos de forma transversal pelo Comitê Gestor de Políticas de Gênero do RS e acontece em três fases. A primeira é o lançamento, com a frase SPM: no dia 8 de março, vamos colorir o Rio Grande de Lilás, que propõe a mobilização das redes sociais para a conscientização da importância da participação da mulher no desenvolvimento do Estado. A segunda fase compreende a sustentação do programa, de março a 25 de novembro, Dia Internacional para Eliminação da Violência contra a Mulher, e divulgará ações e resultados de programas sobre a realidade da mulher gaúcha. E, no Dia Internacional dos Direitos Humanos, 10 de dezembro, a SPM divulga o balanço geral da secretaria.
O Centro Administrativo Fernando Ferrari (Caff) deve ser iluminado com a cor lilás, e o Governo do Estado também irá homenagear as mulheres, colocando faixas no Palácio Piratini.
Cimento e Batom
Uma casa por fazer e tijolos empilhados no pátio, foi o que motivou Magda Gonçalves de Azevedo, a fazer o curso de pedreira para construir, ao lado do marido, a sua casa. O trabalho na construção civil começou a partir do curso oferecido e o objetivo era construir a minha casa, mas surgiu a entrevista de emprego e a construtora abriu oportunidade para as mulheres. Já estou aqui há mais de um ano, ressalta Magda, ao avaliar como ótima a criação da SPM, já que muitas mulheres podem voltar a sonhar com a oportunidade de qualificação e emprego. Não fiz o curso antes porque não tinha, só havia o preconceito. Hoje lugar de mulher não é só atrás do fogão.
A satisfação de Magda surgiu a partir do projeto Cimento e Batom parte do programa Mulheres Construindo Autonomia RS, coordenado pela SPM dentro do programa de Erradicação da Pobreza Extrema RS Mais Igual. O programa visa capacitar mulheres para o mundo do trabalho, com foco na construção civil, sendo realizado em conjunto com a ONG Mulheres em Construção, entidades civis, e parceiros empresariais.
Ivone Elisabeth da Silva Garcia tem 56 anos, trabalhou 21 anos como auxiliar de enfermagem e há sete meses atua na construção civil. Fiquei desempregada e só consegui emprego depois do curso de eletricista. Por causa da idade, achei que não ia mais trabalhar, mas ganhei uma oportunidade, uma nova esperança de vida. Tenho muito que comemorar, estou trabalhando de novo e com carteira assinada.
A coordenadora da ONG Mulheres em Construção, Bia Kern, diz que a política pública precisa de inicio, meio e fim, ressaltando que o fim está no trabalho desenvolvido pelas mulheres na construção civil. As empresas precisam de mão de obra qualificada, o terceiro setor faz o monitoramento destas mulheres, onde elas estão e como estão trabalhando, e o Governo auxilia com os programas, colaborando e abrindo esta frente, que é a construção da autonomia da mulher.
Capacitação da mulher apenada e Mulheres Mil
O curso tratadoras de cavalos capacita apenadas do sistema prisional dos regimes fechado, semiaberto e aberto. Além de preparar para o tratamento de cavalos, função com alta empregabilidade, o curso também permite que as apenadas retomem sua escolarização, já que em poucas aulas muitas já saem da condição de analfabetas. No Estado o município de Alegrete foi o primeiro a receber o programa, que forma no dia 10 às 19h, no DTG Estradeiros, a primeira turma de apenadas.
O RS foi o primeiro Estado a propor a adesão ao programa Mulheres Mil, que tem impacto nos índices da igualdade de gênero no trabalho para as apenadas, pescadoras e assentadas, desenvolvido em parceria com os Institutos Federais de Educação Profissional e Tecnológica (IFETs), ligados ao MEC. Prevendo elevar a educação profissional e tecnológica das mulheres do campo e da cidade, o programa qualificará principalmente as mulheres em situação de violência, atendidas pelo Bolsa Família e chefes de família. O programa começa no dia 10, com aula inaugural em Alegrete, e atende os municípios de São Borja, Uruguaiana, Maçambará, Manoel Viana, Passo Novo e Itaqui.
Programa Pró-equidade
O Programa Pró-equidade de Gênero e Raça promove a igualdade de oportunidades baseado no desenvolvimento de novas concepções na gestão de pessoas e na cultura organizacional. Contribui para a eliminação de todas as formas de discriminação no acesso, remuneração, ascensão e permanência no emprego. O projeto do Estado para concorrer ao selo pró-equidade será apresentado no dia 15, às 16h, no Caff.
Programação:
- Até o dia 9, acontece no auditório do Ministério Público, o Seminário Internacional Mulheres e a Segurança Pública. Palestras e debates voltados ao protagonismo social das mulheres, fazem parte da programação, assim como exposição de fotos de servidoras da policia civil e militar, organizada pela primeira-dama.
- Nesta quarta-feira (8), o twitaço a partir da hashtag #rslilas deve mobilizar a rede social para a importância do debate a favor do enfrentamento a violência. A Secretaria de Saúde divulga nas redes sociais um vídeo com depoimentos para a prevenção das DST/Aids. O Detran realizará campanha virtual a partir do twitter e facebook, possibilitando a participação das mulheres nestas peças.
- Dia 15, às 16h, no Caff, com a presença do governador Tarso Genro, das secretárias de Administração e das Mulheres, Stela Farias e Márcia Santana, do secretário chefe de gabinete, Vinícius Wu, ocorre a solenidade de apresentação do selo Pró-equidade de gênero e raça. Às 17h, no auditório é possível prestigiar o espetáculo teatral Dona Gorda.
Texto: Daiane Roldão da Silva
Foto: Cláudio Fachel
fonte: http://www.rs.gov.br/conteudo/41260/governo-do-estado-lanca-campanha-rs-lilas-com-servicos-para-as-mulheres/termosbusca=*
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